Mostrar mensagens com a etiqueta Sérgio Luís de Carvalho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Sérgio Luís de Carvalho. Mostrar todas as mensagens

23.10.16

#1 [Divodignos]

A vantagem de romances históricos de qualidade é recordar coisas que quase não se estudaram na escola, despertando a curiosidade para aprender muito mais.
Com as palavras de Sérgio Luís de Carvalho, no seu "O Exílio do Último Liberal", fui transportado para as guerras liberais portuguesas e para o ambiente de Londres que, por esses anos, veio a inspirar muitos dos escritos de Marx.E conheci a história dos Divodignos.

1.9.16

#2 [ontem como hoje]



Dois cães à porta lambiam os beiços e pingavam a calçada de baba, coitados, que o cheiro a carne e a molho atazanava-lhes os corpos magros. Olhavam a taberna tal e qual como os refugiados que aguardavam à porta da Polícia de Estrangeiros a renovação dos vistos de estadia e os bilhetes nos navios para Nova Iorque, que aquilo era tudo o mesmo olhar, o mesmo cansaço e ansiedade, a mesma esperança no destino, o mesmo desatino e um amanhã igual a anteontem. Até aquela espera do lado de fora, sempre do lado de fora, era a mesma, como se o ausente deus dos homens e dos bichos fosse também o mesmo.

Sérgio Luís de Carvalho in "Uma Terra Prometida (contos sobre refugiados)"

18.10.14

#1 [hoje não é de caça, mas a coutada continua...]

"(...) A serra é coutada. A nós, sintrenses, era tal caça vedada, a não ser que algum caçador mais ousado a praticar quisesse. Para tal bastava escapar à vigilância dos monteiros. Coisa estranha, contudo. Nós que ali morávamos, que da serra suportávamos a humidade, abençoando-a quando nos dá água e pedra e madeira, não podíamos saborear-lhe os frutos (…).”

Sérgio Luís de Carvalho 
in Anno Domini 1348

15.3.14

#1 [...]

 
" Então cruzei os braços, determinado a ser indiferente a tal ausência."

Sérgio Luís de Carvalho in
Os Peregrinos Sem Fé

14.8.11


#1
[O Segredo de Barcarrota]
Sérgio Luís de Carvalho (site do autor) faz uso do seu estatuto de historiador para escrever romances históricos. E fá-lo com sábia mestria.
Dele já tinha lido O Destino do Capitão Blanc, onde se relatam as agruras do Corpo Expedicionário Português nos campos de batalha franceses durante a primeira guerra e os trágicos (e pouco conhecidos) acontecimentos ocorridos na hora que precedeu a entrada em vigor do cessar fogo daquele conflito.
Cruzei-me com o autor recentemente, numa sessão de apresentação do seu mais recente livro. Decidi-me desvendar O Segredo de Barcarrota depois de o ouvir falar dessa estória passada no século XVI, construída sobre personagens reais e com as perseguições dos judeus na península, movida pela inquisição, como pano de fundo.