O melhor de ter voltado a Murakami foi mesmo ter-me inteirado da grandeza de Curtis Fuller e dos seus 'Five Spot After Dark', tema que inspira os Passageiros da Noite.
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15.12.15
26.5.15
#1 [livro- musica-objecto-qualquer coisa]
And when I awoke, I was alone, this bird had flown
So I lit a fire, isn't it good, norwegian wood.
So I lit a fire, isn't it good, norwegian wood.
23.3.15
11.7.14
#1 [Em busca do tempo perdido]
(…)
Procurou uma forma mais precisa de explanar o seu
raciocínio.
- É como se estivesse a sonhar o sonho de outra pessoa. Como
se partilhássemos os mesmos sentimentos em simultâneo. Só que não consigo
perceber exactamente o que significa essa simultaneidade. Os nossos sentimentos
parecem estar extremamente próximos, mas, na realidade, existe uma considerável
distância entre nós.
- Quem sabe se Proust não teria intenção de criar esse tipo
de sensação?
Aomame não fazia a menor ideia.
- No entanto, por outro lado – disse Tamaru -, no mundo
real, o tempo avança sempre em frente. Nunca se detém e nunca retrocede.
- Sim, claro. No mundo real, o tempo avança sempre.
Ao mesmo tempo que dizia isto, Aomame olhou para a porta de
vidro. Seria mesmo verdade? Que o tempo avança sempre?
(…)
Haruki
Murakami in 1Q84 (3)
7.7.14
#1 [guia de leitura de 1Q84]
- Certo: duas luas. É esse o sinal de que as agulhas da vida mudaram. É assim que se distinguem os dois mundos. Contudo, nem toda a gente consegue ver as duas luas. Para falar verdade, a maior parte das pessoas nem sequer tem consciência disso. Por outras palavras, o número de pessoas que tem consciência de que estamos em 1Q84 é bastante limitado.
- A maior parte das pessoas do mundo não sabe que o correr do tempo foi alterado?
- Certo. Para a maior parte das pessoas, estamos no mesmo velho mundo vulgar, onde sempre estivemos. É a isto que me refiro quando digo que “este é o mundo real”.
- Então as agulhas da via mudaram – disse Aomame. – Se não tivessem mudado, não estaríamos os dois aqui reunidos. Será isto o que está a tentar dizer?
- Isso é a única coisa que ninguém sabe. É uma questão de probabilidades. Mas, provavelmente, é esse o caso.
- O que está a afirmar é um facto concreto, ou não passa de uma hipótese?
- Boa pergunta. No entanto. É praticamente impossível estabelecer uma distinção oentre os dois. Lembras-te da canção? Without your love, it’s a honky-tonk parade – trauteou a melodia – conheces?
- Isso mesmo. Basicamente, 1984 e 1Q84 funcionam Segundo os mesmos princípios. Se não acreditas no mundo e se não há amor, então tudo é falso. Não importa de que mundo falamos, não importa de que tipo de mundo falamos, a linha que separa os actos das hipóteses quase não existe. Só se pode ver com o olhar interior, o olho da mente.
- Quem mudou as agulhas da via?
- Quem mudou as agulhas? Eis outra questão difícil. Trata-se de um caso em que a lógica de causa efeito é pouco relevante.
(…)
Haruki Murakami in 1Q84 (2)
1.7.14
#1 [assim é a Lua...]
A Lua observava a Terra de perto há mais tempo do que
qualquer pessoa. Deve ter testemunhado todos os fenómenos que ocorreram – e todos
os actos levados a cabo – à face da Terra. Mas a Lua mantinha-se em silêncio:
não contava histórias. Limitava-se a carregar o peso do passado, fria e
apropriadamente. Na Lua não havia ar ou vento. O seu vácuo era perfeito para preservar
memórias intocadas. Ninguém podia abrir o coração da Lua. Aomane ergueu o copo
para ela e perguntou:
- Dormiste abraçada a alguém nos últimos tempos?
A Lua não respondeu.
- Tens amigos? – perguntou.
A Lua não respondeu.
- Nunca te cansas de levar uma vida tão fria?
A Lua não respondeu.
Haruki Murakami in
1Q84 (1)
13.2.14
#1 [tem de ser...]
" Dança. Não serve nada ficar a remoer nisto ou naquilo. O
importante é manter um passo regular, sem perder o ritmo. Manter o sistema a funcionar.
Continuar sempre a observar com atenção para ver onde me leva a corrente. Tenho
de continuar a existir neste mundo.
(…)
Dança, tinha dito o Homem-Carneiro. Dança o melhor que
souberes e puderes. A ponto de deixares toda a gente de boca aberta.”
Haruki Murakami,
In Dança, Dança, Dança
22.1.14
#1 [Nuvem Murakamiama]
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Image by 川燙蝦夷 |
Tenho mais um na pilha de espera e mais dois ou três a que posso chegar. Enquanto lia este, dei comigo a listar um conjunto de elementos que já encontrara várias vezes nos outros. Eis alguns dos que, de memória, consigo coligir...
Adolescentes
Amores platónicos
Animais fantásticos
Anúncios de necrologia
Bairros periféricos
Biblioteca
Cabine telefónica
Cinema (sala, filmes, planos e aproximações)
Condução em auto-estrada à chuva
Especulação imobiliária
30.12.13
#1 [girando por aí...]
“Lembro-me perfeitamente da conversa que tivemos sobre o Sputnik da primeira vez que nos
encontrámos. Ela estava a referir-se aos escritores beatnick e eu fiz confusão com o Sputinik. Desatámos a rir e isso ajudou a quebrar o Gelo. Sabe o
que quer dizer Sputinik em russo? Companheiro de viagem. Fui ver no
dicionário aqui há dias. Pensando bem, não deixa de ser uma estranha coincidência.
Gostava de saber onde os russos foram buscar um nome tão curioso para dar ao
seu satélite. Afinal de contas, aquilo não passava de uma porcaria de um pedaço
de metal que andava para ali a girar à volta da Terra.”
Haruki Murakami In
Sputinik, meu amor
3.12.13
#1 [ultrapassar a parede...]
Não existe no mundo real nada que se possa comparar em
beleza às ilusões de um homem em riscos de perder a razão.
Haruki Murakami, in
Auto-Retrato do Escritor Enquanto Corredor de Fundo
22.7.13
#1 [Nota da tradutora]
Os nomes revestem-se do maior significado na língua japonesa. À letra, Sakura significa “cereja” ou “cerejeira”. Ainda a título de exemplo, Oshima quer dizer “grande ilha”, Nakata significa “no meio do arrozal”, Sopa indica o nome de um dos antigos clãs do Japão e Hoshino traduz-se por “campo estrelado”.
Maria João Lourenço in
Kafka à Beira-Mar, de Haruki Murakami
Casa das Letras, 2007
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