12.11.15

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 O segundo romance de Alice Brito, “O Dia em que Estaline encontrou Picasso na Biblioteca”, mantém o essencial do primeiro livro da autora: um estilo próprio (e vernacular), várias histórias bem contadas e a mesma personagem principal, Setúbal.
Mas não se trata de mais do mesmo. Há aqui uma reflexão sobre a condição humana e a precariedade, sobre o tempo da híper-comunicação e o isolamento paradoxal a que a informática por vezes nos remete, sobre as lutas operárias e sobre algumas das utopias e dos horrores que marcaram o século XX.
Há também uma incursão às dificuldades de afirmação, neste início do século XXI, de alternativas ao famoso princípio TINA, num percurso que remete o leitor para o PREC e para traumas que, mal ou bem, balizam os caminhos que parecem estar a abrir-se nos dias que correm.