Onze anos depois da mítica
noite nos Jardins da Torre de Belém, Manu Chao regressou a Lisboa, mais
precisamente a Cascais. Quando vi o cartaz a anunciá-lo, algures em Maio,
fiquei em pulgas por voltar a ver e ouvir uma das minhas referências musicais e
ontem lá fui eu, em busca dos bons sons que animaram a luta social do princípio
deste século XXI, altura em que tantas coisas pareciam possíveis.
O homem continua com uma energia indomável, preenchida de
boas letras e apimentada com ska e reggae. O Concerto valeu pela cena revivalista
e pelo bom feelling do momento. Mas soube a pouco, porque desta vez não durou
três horas e tal – foram só duas mas ao fim de 45 minutos já estava a dizer que
se ia embora- nem tiveram que lhe desligar a corrente como em 2001...
E soube a pouco porque lhe faltaram palavras para lá das canções. O discurso sobre este mundo de pernas para o ar, a crítica social, a inteligência política e irreverência tão presentes em tudo o que faz não ultrapassaram as fronteiras do alinhamento previsto e do bom comportamento que se exige a algumas estrelas. Manuel saudou Portugal e Cascais, agradeceu a Portugal e Cascais, despediu-se dos mesmos interlocutores e prometeu voltar aos mesmos sítios. E Não disse mais nada.
E soube a pouco porque lhe faltaram palavras para lá das canções. O discurso sobre este mundo de pernas para o ar, a crítica social, a inteligência política e irreverência tão presentes em tudo o que faz não ultrapassaram as fronteiras do alinhamento previsto e do bom comportamento que se exige a algumas estrelas. Manuel saudou Portugal e Cascais, agradeceu a Portugal e Cascais, despediu-se dos mesmos interlocutores e prometeu voltar aos mesmos sítios. E Não disse mais nada.