(…)
Olhei para Johnny, que estava a fazer-me sinal com a mão. Levantei-me.
-Virei um dia destes – disse eu – Vou ler Walt Whitman para
si na sala branca.
- Apollinaire – disse ela.
- O meu francês é fraco. Então, Keats.
- Está bem, Keats – disse ela.
- Um beijo à mana Emília. Um destes dias, na sala branca.
- À tarde, Confúcio. Só venho à tarde. Diga na porta que é
convidado da Charlotte Brontë.
Aproximei-me de Johnny. O Zola já não estava na sala.
- Já temos praticamente o homem – disse Johnny. – Agora, é só
traçarmos o plano. E tu, que estiveste a fazer?
- Uma conquista.
- Uma conquista?
- Pois. Com esta cara, estas maneiras desastradas e este
passado tenebroso.
Saímos.
- Bem. Podemos começar quando quiseres – disse Johnny.
- Começamos hoje – disse eu – Quanto mais cedo acabar, mais
cedo leio Keats à Charlotte.
in Mulher e Arna com Guitarra Espanhola