13.3.12

#2 [ainda as traduções]

 Carta aberta do secretário geral da FIOM ao mundo da cultura e à sociedade civil para participação na greve geral e manifestação do passado dia 9 de Março.
Apelo ao Mundo da cultura e à sociedade civil
A FIOM-CGIL1 convocou para 9 de Março uma greve das trabalhadoras e dos trabalhadores do sector metalomecânico com uma manifestação em Roma, a terminar na Praça San Giovanni.
A democracia e o trabalho são os temas centrais do nosso tempo em Itália e na Europa. Porque hoje falta o trabalho, porque é cada vez mais precário, pior pago e chegando ao ponto em que, mesmo trabalhando, se é pobre. Porque hoje nos locais de trabalho, a começar pela FIAT, há um risco de autoritarismo que ameaça o Contrato Nacional, os direitos individuais e coletivos. Porque a democracia está a ser negada. Às mulheres e aos homens que trabalham é impedido o voto livre sobre os acordos que lhes dizem respeito e a possibilidade de escolha de quem os representa, pondo-se em causa toda uma organização sindical e discriminando-se abertamente os inscritos da FIOM-CGIL.
É neste contexto que o governo e a Confindustria querem fazer passar a ideia, enganosa e inaceitável, que para sair da crise é necessário cancelar o artigo 182 do Estatuto dos trabalhadores, depois de terem adulterado o sistema público de pensões. Ao contrário, devem ser universais, e por isso extensíveis a todos, a Cassa Integrazione3 como alternativa aos despedimentos coletivos e a proteção dos salários como direito de cidadania. Na “República democrática fundada no trabalho” que Itália deveria constitucionalmente ser, a liberdade operária é a liberdade de todos, a segurança dos desempregados e o superar da precariedade é a segurança de todos, uma economia ambientalmente sustentável e um plano extraordinário de investimento público e privado são as condições para defender os bens comuns e construir novos postos de trabalho.
A Greve Geral e a manifestação nacional de 9 de Março são um momento essencial não só para os metalomecânicos mas para todos aqueles que acreditam na democracia, na justiça social, na liberdade, na informação livre e num trabalho estável e com direitos. Neste sentido, são fundamentais o direito a estudar, o acesso à cultura, a valorização do património artístico e das competências.
Em nome da nossa Constituição republicana, nascida da Resistência antifascista, convidamos todos os cidadãos não só a aderir à manifestação, mas a fazer-se promotor e protagonista desta jornada de mobilização, participando ativamente.
Estou convencido que a nossa luta é hoje em defesa dos interesses de todo o país, pondo os trabalhadoras e nos trabalhadores no centro da mobilização, e é, por isso mesmo, que seria importante para todos e todas ter a tua assinatura e a tua presença em Roma, a 9 de Março, na Praça San Giovanni.
Maurizio Landini
Artigo traduzido por André Beja para esquerda.net


1 FIOM - Maior federação sindical do setor metalúrgico em Itália, com cerca de 364 mil aderentes. Integra a CGIL, a maior confederação sindical com cerca de 5,75 milhões de aderentes.
2 Artigo do código do trabalho que garante que os despedimentos só podem acontecer por justa causa.
3 Mecanismo que garante o lay off.