[as vidas dos outros]
Quando andava a fazer a licenciatura, a cadeira obrigatória das 6ªs feiras à tarde era a do cinema. Em tempo de mestrado, a minha agenda tem sido preenchida por outros conteúdos programáticos.
Ontem, aproveitando uma brecha de tempo livre, troquei o sol de um verão que teima em não se afirmar pela companhia do grande ecrã.
Nem sabia bem o que ver, de tão alheado que ando. Num artigo lido no público, sobre a recolha de cheiros de "activistas anti globalização", que a policia alemã nadou a fazer nas últimas semanas, relembrei qualquer referencia que tinha ao filme "As Vidas dos Outros". Julguei que já não estava em cena, mas ainda encontrei no King.
"As Vidas dos Outros" revelou ser uma aproximação à complexidade do ser humano, às crenças e às desculpas que se inventam para, em nome de qualquer coisa , justificar escolhas. Mostra também a forma subtil como o igualitarismo de um regime foi substituido pela prepotencia e pelo primado dos pequenos poderes. É um instrumento de formação ideológica.
Digo-vos: estas duas horas na confortável escuridão valeram por todos estes meses de ausência.