24.8.05

#1
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as ideias martelam duras, arestadas e espinhosas, balançando entre formas incontinentes e rumores intangiveis.
as palavras são esparças, são esperanças, são teias que se tecem e destecem e retecem.
burilar a frase que desperte o sentimento colectivo, que vá ao amago, que se torne numa razão, que absorva a causa. imagina-la perdida para sempre, uma certeza na boca das massas anónimas.
é urgente apreendeer a realidade e modelar-lhe o gosto.
há que esventrar o texto, rasga-lo com as tesouras figurativas, abrir-lhe a solução de continuidade que lhe permite libertar-se, faze-lo sangrar a redenção,cambiar os ossos do seu esqueleto, enche-lo de paracetamol linguistico e emagrecer as suas formas sem quebrar as intenções...dar forma ideal ao best seller de estação de comboio. ser agente do pré revisionismo ou do revisionismo que nunca o chega a ser porque é preventivo.
Num acto de contrição, fazer a história acontecer.