29.9.03

não sei o que escrever

27.9.03

I can't get no satisfaction...

26.9.03

#4

a madrugada avança pelo relógio. estou com a janela aberta porque o calor teima em não ir embora... acabo de ouvir, lá fora, uma coruja a piar!
o que fará por aqui? andará perdida? estará só de passagem ou veio fazer concorrencia ao melro que canta as primeiras horas do dia na árvore debaixo da janela?
que maravilha!
#3

viram que ultrapassámos as kinhentas visitas?
#2

e as faixas diziam:

Sábado, 27 de Setembro

Dia da Mobilização Global contra a Ocupação do Iraque

Bairro Alto, Lisboa (Encontro na esquina do Mezcal, à 1h de Sábado para Domingo)





# 1

estava a preparar-me para ir trabalhar até às oito da manhã quando me telefonou a Luisa, sugerindo fazer-me este turno em troca do de amanhã...
acabei empoleirado num escadote de 3m, pelas ruas do Bairro Alto, a pendurar faixas da attac... já tinha saudades de fazer desportos radicais!

24.9.03

no jardim da Gulbenkian, 1º dia de Outono

a luz Outonal faz contrastar as cores: o verde das árvores, o azul do céu e o doirado que se espalha em tudo. continua calor. parece que entrámos num tempo que se contradiz e, embora se pinte de outras cores, não quer avançar. é um tónico para a melancolia...

22.9.03

#2

andei à volta do meu arquivo pessoal, tentando dar-lhe alguma ordem; manifestos, revistas, jornais, entrevistas com escritores, autocolantes, panfletos, publicações, bilhetes de cinema, poemas, trechos de livros, desenhos, presentes de amig@s, diários de bordo meio escritos - e tantas coisas por escrever ... como sempre, o sentimento que fica é o de alguma frustração: sinto que não consigo o minimo de organização no acervo da minha existência.
#1

no dia sem (ES)carros, uma só solução:
andar por aí de carrinho de mão

21.9.03

Metrografismos: em tempo de equinócio, desfia-se a memória dos dias longos...

Calor

Tarde turquesa
Quarenta graus
Talvez porque você não esteja
tudo lateja
Tarde sem nuvem
Cincoenta graus
Talvez por sua ausência
tudo derreta
Noite sem ninguém
Nada se mexe
Eu sonho nosso amor a sério
E você em outro hemisfério
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo parece
Derreter

Adriana Calcanhotto in Cantada

18.9.03

# 3


Luis Sepúlveda (Ovalle, Chile, 1949) tem toda a sua obra publicada pela ASA, desde o livro que o projectou internacionalmente – O Velho Que Lia Romances de Amor – até ao mais recente O general e o juiz.

O General e o Juiz
As Rosas de Atacama
Contos Apátridas (colectânea)
Diário de um Killer Sentimental
Encontro de Amor num País em Guerra
História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar
Histórias do Mar (colectânea)
Mundo do Fim do Mundo
Nome de Toureiro
O Velho que Lia Romances de Amor
Patagónia Express




# 2

curiosamente, hoje recebi um mail da Sofia que me falava dele, e lembrei-me de algo que, em tempos escrevi...

ZORBAS

Há um lugar último
(sem crenças nem limites)
nesse vazio intenso
do coração.
Alimento-o a espaços
com sonhos que roubo
em túneis escuros,
pipas antigas,
de marinheiros impossíveis.
Nele
também tu ensinaste
(em noites de tempestade)
as gaivotas a voar.

André

17.9.03

#1

volto ao tema Luis Sepúlveda.
ontem assisti ao vivo, na fnac, a uma entrevista que lhe foi feita pela paula Moura Pinheiro. a conversa andou à volta do livro "O general e o juiz", que editou agora.
uma hora de sonho, e de sonhos que se perderam, de sonhos que estão por vir e por fazer...


16.9.03

voltei ao trabalho. nada de muito novo, até me deu gozo.
quando saí, pelas onze da noite, vim por aí fora a curtir o raro calor de uma noite de setembro. cheirava a plantas :)
no comboio acabei de ler o mais recente livro do Luis Sepúlveda. pelos diversos posts que aqui deixei nos últimos meses, penso não valer a pena reafirmar a minha admiração por este chileno-cidadão-do-mundo, pelo que não vou tecer todos os elogios que o homem e a obra merecem.
marte ainda se vê muito bem, muito vermelhinho no céu, mais destacado que qualquer outra estrela ou constelação.
para me dar um novo cartão um mês antes do previsto, o meu banco privou-me da utilização do velho cartão multibanco durante quinze dias... é surreal...
pior ainda é este estúpido sentimento de estar um bocado enrascado por não poder contar a qualquer momento com um simples pedaço de plástico com banda magnética!

12.9.03

# 4

os Pixies ameaçam voltar... ao menos uma boa notícia no público de hoje!

" Os Pixies, uma das bandas rock mais influentes de finais dos anos 80, vão ter um novo disco e nova digressão em 2004, noticiou ontem a MTV.com. O "site" da estação norte-americana diz que Black Francis, Kim Deal, Joey Santiago e David Lovering sanaram os conflitos que os levaram à separação, em 1992, e que a reunião acontecerá em Abril. Formados em 1986 em Boston, os Pixies marcaram o final da década com o seu rock abrasivo, que muitos viram como um renascimento do género. Embora associados ao nicho "alternativo", a influência dos Pixies viria a marcar o rock de massas nos anos 90. Ficou célebre a frase do líder dos Nirvana, Kurt Cobain, que afirmou ter tentado "copiar os Pixies" ao escrever temas como "Smells like teen spirit".

Com uma carreira assente no EP "Come On Pilgrim" e nos álbuns "Surfer Rosa", "Doolittle", "Bossanova" e "Trompe Le Monde", os Pixies chegaram ao fim após uma digressão de suporte aos U2, devido a conflitos entre os membros da banda. O principal compositor, vocalista e guitarrista Black Francis separou-se dos seus companheiros e começou a gravar a solo como Frank Black, sem o sucesso crítico e de vendas que conheceu como líder dos Pixies, tal como a baixista Kim Deal, que formou as Breeders. Os Pixies actuaram duas vezes em Portugal, em Junho de 1991, nos Coliseu de Lisboa e Porto"


# 3 - 11 de Setembro de 73 (II)

Quem fala assim não é gago!

"Queriamos construir uma revolução mais próxima de John Lennon do que de Lenine: Não uma segunda Cuba, mas sim um Socialismo à chilena, de empadas e vinho tinto. Mas aprendemos a viver com a certeza de ter perdido um País. Dezasseis anos de ditadura geraram uma transformação política , ideológica e física. E nas mentalidades. Desapareceu o velho País solidário e nasceu um país de merda, personalista, individualista. Há um sentimento de grande derrota, mas é difícil alguém sentir-se derrotado quando sabe que tinha razão."

Luis Sepúlveda, em entrevista à Visão de 04 de Setembro de 2003
# 2 - 11 de Setembro de 73 (I)

COMPATRIOTAS:

Es posible que silencien las radios, y me despido de ustedes. Quizás sea ésta la última oportunidad en que me pueda dirigir a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Portales y Radio Corporación.

Mis palabras no tienen amargura, sino decepción y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron, soldados de Chile, comandantes en jefes titulares, el Almirante Merino, que se ha autoproclamado, el general Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su solidaridad, también se ha denominado Director General de Carabineros.

Ante estos hechos sólo me cabe decirle a los trabajadores: Yo no voy a renunciar. Colocado en un trance histórico pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que entregáramos a la conciencia digna de miles y miles de chilenos no podrá ser segada definitivamente.

En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la patria, los llamo a ustedes para que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Esta es una etapa que será superada. Este es un momento duro y difícil. Es posible que nos aplasten, pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.

Trabajadores de mi patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la Ley, y así lo hizo.

Es éste el momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes. Espero que aprovechen la lección. El capital foráneo, el imperialismo unido a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que señaló Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena conquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo, sobre todo a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la obrera que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños.

Me dirijo a los profesionales de la patria, a los profesionales patriotas, a los que hace días están trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clase para defender también las ventajas de una sociedad capitalista.

Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha.

Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente, en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo los oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de los que tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.

Seguramente radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz no llegará a ustedes. No importa, me seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes, por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la patria.

El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco debe humillarse.

Trabajadores de mi patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo, donde la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile, viva el pueblo, vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras, teniendo la certeza de que el sacrificio no será en vano. Tengo la certeza de que, por lo menos, habrá una sanción moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.

Salvador Allende


#1

descobri que é possivel ir a pé a qualquer ponto da Suiça... todos os caminhos pedonais estão diligentemente marcados. Há também percursos para bicicicletas. andei que me fartei, mas ainda não me doiem os pés.
estive numa fabrica de chocolates, num vale que, todo ele, cheirava a chocolate... comi que me fartei e soube-me a pouco.
subi de teleférico a um glaciar a 3000m de altura - les diablets- e nevou-me na pinha... começo a perceber melhor o que leva alguns tipos ao ponto de deixarem o nariz nos oito mil.
voltei; aterrei às duas da tarde na portela, essa repartição diplomática do inferno.
a vida segue dentro de momentos

8.9.03

ola' a tod@s!
estou a escrever de um ibook, num teclado estranja, razoes de sobra para nao me entender com as teclas... :)
as ferias... apesar do tempo nublado, tudo vai pelo melhor: Os Alpes Suicos sao fantasticos, a cidade de Loussane muito bonita e interessante, cheia de iniciativas culturais e de dinamismo, cheia de portugueses e portuguesas por todo o lada ;).
pena é ser tudo tao caro... de cada vez que saco da carteira tenho de respirar fundo para nao me assustar com o que tenho de la tirar... mas tudo se leva com boa disposicao...
volto para os caminhos pedestres, para os passeios bucolicos no lago Geneve e para um cotidiano sem a agitacao do costume, com bons livros - destaco os tigres de Papel de olivier Roulin, ed. Asa.
até sabado.

4.9.03

#3

got the wells, petrol is cheap...

U2, miami
#2

estou com energia para passar a noite a postar, desfiando casualidades.
a verdade é que estou de partida, vou de novo para a estrada. desta vez vou de férias a sério, de mochila às costas, sem telemóvel, sem destino muito fixo. tenho um encontro marcado numa estação de comboio na Suiça amanhã a determinada hora e depois logo se vê...
se der para postar postarei, se não der... até daqui a dez dias!

#1

Eduardo Galeano sempre de olho aberto, falá-nos de terrorismo...

« (...) Otra definición [de terrorismo]. No es del FBI, sino de la mano anónima que la escribió en un muro del barrio de San Telmo, en Buenos Aires, en estos tiempos de crisis atroz. Y no se refiere al terrorismo internacional, sino a los medios masivos de comunicación: "Nos mean y los diarios dicen: Llueve".»

para quem não percebe a última frase, cá vai a tradução: "mijam-nos [em cima] e os diários dizem: chove"
o resto do texto pode ser encontrado em a veces soy buena


#2

reabriu o Agito Bar, depois de umas férias que, apesar de merecidas, desesperaram as ostes de habituais frequentadores e frequentadoras...
para quem não conhece, está situado na rua da Rosa, 261, ao Bairro Alto. Além de copos e comes, há música, exposições temporárias, um ponto de bookcrossing e muita animação.

3.9.03

(...)
after years of waiting
after years of waiting
nothing came and you realise
you're looking in
looking in the wrong place
i'm a reasonable man get off my case
get off my case get off my case
i'm a reasonable man get off my case
(...)

Radiohead, Amnesiac

2.9.03

Ver partir um velho amigo é sempre difícil - mesmo sendo ele um cão de gostos subtis, resmungão e que até me inutilizou a mão esquerda por duas semanas com uma dentada...

1.9.03


Chile, 11 de Setembro de 1973



Estimados Amigos e Companheiros:

Pedimos que se re-envie este email aos vossos contactos se cosiderarem
oportuno.

Os chilenos antifascistas residentes em Portugal estamos preparando para
o dia 11 de Setembro às 21,30 horas, um acto no teatro La Comuna de
Lisboa, para recordar a Salvador Allende, Victor Jara e tantos milhares de chilenos assassinados pelo fascismo de Pinochet.
Dirigimo-nos a vossa Organização para pedir o apoio e participação neste
acto solidário, sabemos que sempre temos contado com os portugueses
antifascistas motivo pelo qual queremos novamente recurrir ao vosso
apoio.
O acto a que fazermos referencia será amplio, tentando a participação de
todas as forças da Esquerda portuguesa.
Terá um espectáculo com a participação musical de Manuel Freire,
Francisco Naia, Francisco Fanhais e Julián del Valle. Participará também a
Escritora Sônia Ferreira que acaba de lançar o seu livro Mulheres de Desaparecidos
(editora Ela por Ela) que está dedicado às heroicas mulheres chilenas
que tem sofrido este problema.
Cobraremos uma entrada simbólica de 5 Euros que servirá para cubrir os gastos relativos a este acto.

Julián del Valle
Portugal, 25 de Agosto de 2003.-