31.8.03

#2

Não pude deixar de ver Ken Park.
Ao contrário do que alguma crítica alvitra, penso que esta não é uma fita vazia e (tão só) voyeuer, mas sim mais um forte contributo para a compreensão desse fenómeno paranormal que é a sociedade americana, onde a adolescência e a própria mente humana acabam por estar na berlinda.
Pode existir uma qualquer sensação de déja vu - muito se fala do American Beauty de Sam Mendes, a mim lembra-me y tu madre tambien de Alfonso Cuarón -, mas prevalece o ponto de vista de Larry Clark. A questão da pornografia, num tempo em que a pedofilia é o credo na boca de muita gente, acaba por se revelar uma falsa questão... as imagens de sexo, presentes em tantos outros filmes, são enquadradas no argumento, e ajudam a responder àquela que, presumo, seja a intenção do filme, perguntar a qualquer um ou a qualquer uma: hei, quem és tu?