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Depois de cumprimentar o comandante da praça, Fermina Daza
pareceu vacilar diante da mão estendida de Florentino Ariza. O militar,
disposto a apresentá-los, perguntou-lhe a ela se não se conheciam. Ela não
disse nem que sim nem que não, mas estendeu a mão a Florentino Ariza com um
sorriso de salão. Aquilo tinha acontecido por duas vezes no passado e iria
acontecer mais vezes, mas Florentino Ariza assimilou-o sempre como um
comportamento próprio do carácter de Fermina Daza. Porém, naquela tarde,
perguntou-se com a sua infinita capacidade de ilusão, se uma indiferença tão
encarniçada não seria um subterfúgio para disfarçar um sofrimento de amor.
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Gabriel García Marquez in
O Amor Nos Tempos de Cólera