25.12.12

#1 [não foi nada]

Atravessei Não foi Nada, do chileno António Skármeta, em pouco menos de três horas. Boa maneira de justificar uma pausa e aproveitar o feriado para descansar um pouco.
Começando pelo fim, achei o livro um verdadeiro elogio ao proselitismo. Não só pela história que conta, mas sobretudo pelas razões que a motivam e que Skármeta tão bem descreve no prólogo da obra.
Lucho é um adolescente chileno que vive em Berlim em virtude do exílio que lhe foi imposto, tal como a centenas de milhar de chilenos e Chilenas, pelo pulha Pinochet e seus carniceiros. Tem saudades do Chile e do sol. Quer regressar (já para o ano, pensa ele), mas, contrariamente aos pais e seus amigos, não vive fixado na memória do que se passava um ano antes da chegada ao cinzento centro da Europa e, sempre solidário com os seus, procura fazer o seu caminho.
As revoluções e as resistências também são feitas de ternura.