12.11.12

#1 [Leituras clandestinas]

No último mês estive ocupado com a SARA, que não é uma miúda gira mas um vórtice para onde me joguei e que me tem ocupado o tempo e obrigado a desmultiplicar as horas livres e a capacidade de trabalho. Não me queixo.
Mas este fim-de-semana decidi quebrar o ritmo e dar-me às artes. Vi o filme de que se fala no último post e li A Aventura de Miguel Littín, Clandestino no Chile, de Garcia Márquez.  
Tal como no Relato de um Náufrago, Gabo recorre a um trabalho de jornalismo em forma de romance para (re)contar o relato que o realizador Miguel Littín lhe fizera sobre o seu regresso ao Chile para fazer um filme sobre a vida do seu país 12 anos depois do miserável golpe de pinochet.
Sobre a ousadia de, sendo um proscrito, regressar ao Chile e filmar até dentro do palácio de La Moneda, onde se cruzou com o sinistro ditador, Littín diz que mais que um acto de heroísmo este foi sobretudo um episódio de dignidade. O livro, tal como o filme, não o deixam mentir.