3.9.11

#1
[livro 25]

Vendo que as guardas se encontravam ocupadas com a Roya, a Senhora Moradi, que caminhava atrás de mim na fila, disse-me baixinho que durante o dia anterior tinham pendurado o filho no tecto, de cabeça para baixo, e tinham-na forçado a estar presente.
Por fim, não conseguindo tolerar mais aquele espectáculo, correu para o filho para o soltar. Foi quando lhe chicotearam o rosto.
"Que é que vocês querem saber, hem?" gritei-lhes eu. "tragam-no para baixo e digo-lhes o que quiserem saber."
"Puxaram-no para baixo?"
"Puxaram. Mas ele tinha desmaiado. Vão voltar a chamar-me, logo que ele volte a estar consciente."
"Que é que eles querem arrancar de ti?"
"Querem nomes, minha querida. Nomes de amigos do meu filho. E eu quero o meu filho. Ele vai morrer sem lhes dizer uma palavra. Se ele não ceder, eu não cedo."
"E se ele ceder?"
"Eu continuarei a não ceder."

In O Balneário,
Farnoosh Moshiri