[A Batalha do Chile]
No domingo passado fui conhecer a Casa das Histórias de Paula Rego.
Andava para lá ir quase há um ano, para conhecer o que as fotografias que fui vendo anunciavam. Não me desiludi.
Além de duas interessantes exposições sobre a obra da anfitriã e de Victor Willing (o seu falecido marido), também assisti, no âmbito do Estoril Film Festival, à primeira parte de A Batalha do Chile.
Considerado um dos melhores e mais completos documentários latino-americanos, A Batalha do Chile é o resultado de seis anos de trabalho do cineasta Patrício Guzmán. Dividido em três partes (A insurreição da burguesia, O golpe militar e O poder popular), o filme cobre um dos períodos mais turbulentos da história do Chile, a partir dos esforços do presidente Salvador Allende em implantar um regime socialista (valendo-se da estrutura democrática) até as brutais consequências do golpe de estado que, em 1973, instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet.
Saí da sala com um nó no estômago bem apertado. Sem conseguir falar muito do que vi, tenho andado a remoer nas histórias da história que ali se contam.
A insurreição da burguesia, apoiada pelo Estados Unidos, contra a dignidade que os pobres conquistaram nos mil dias da Unidade Popular foi, de facto, impressionante. Mas, como li ontem no novo livro do Luís Sepúlveda, “nunca um líder teve tanto apoio do seu povo como sucedeu com Salvador Allende, e a sua morte no Palácio de
Há que continuar a perseguir o sonho.