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[Por vezes, é preciso calcar a dor]
Depois de seis semanas e três dias de pausa forçada, ontem calcei os ténis e fiz-me à relva do Parque das Nações.
Considerando as recomendações do ortopedista, decidi ter chegado o momento de dar alta a mim mesmo. Há muito que ansiava por este momento, pois não há pior do que estar parado e, à nossa volta, ver os outros em movimento.
Foram apenas 40 minutos de corrida, suave, mas o meu pé fez questão de, a cada passo, avivar a razão pela qual estivemos parados. Não que os resquícios de dor tenham sido mais intensos do que aqueles que me preocuparam nos últimos dias, mas estão lá e às vezes, por motivos que não sei explicar (mas gostava), latejam com mais evidência.
Embora estas coisas durem sempre mais do que o desejado, o tempo e o Diclofenac têm feito o seu trabalho e vai chegar o dia que tudo isto não será mais do que memória.
Até lá, é preciso continuar a calcar a dor.