22.8.07

#1
[querem-nos mansinhos e domesticados]

De volta a esta ponta da europa, tenho tido vontade de escrever, mas, confesso-vos, não sei bem o quê.

Sobre a Roménia?
Foi uma viagem imensa, cheia de tropoelias. mas as palavras para a contar parecem ser sempre as mesmas... por mais voltas que dê, esbarro constantemente em banalidades, nada se apróxima. Talvez as fotografias ajudem a desatar este nó, e, com a sua preciosa ajuda, consiga consiga inventar novos vocábulos ou, pelo menos, conjugar os que jáconheço sem resvalar para o lugar comum.

Sobre a minha caixa de correio com 320 mensagens de spam?
o unico comentário que me ocorre é de indignação. Se o administrador de sistema se dedicasse a ajustar o filtro em vez de me enviar, com milimétrica regularidade, uma mensagem que diz o obvio: a sua caixa de correio atingiu os limites de armazenamento...

Sobre a tese?
nevermind... haverá tempo para essa temática.

Sobre a silly season ou as novidades da política?
... tem mesmo de ser?

bom... resta-me o milho.

Grande polémica se levantou com a ceifa simbólica de 1 hectare (em 50, daí o simbolismo) de milho transgénico por um grupo de jovens.
O país que limpa sempre os cantos da boca à parte macia do guardanapo está em estado de choque com tal atitude.
Destruir a propriedade privada, imagine-se lá! qualquer dia isto está transformado numa grande Torre Bela, dizem eles entre dentes. Esquecem-se de que são eles que, em Troia, Grandola ou na costa Algarvia, andam a destruir o que é de nós todos, protegidos pelos PINs, que mais não são do que um expediente para o betão.
É preciso é respeitar quem trabalha, gritam os que defendem a flexibilização das leis laborais. Para o país bem pensante, e para o seu governo liberal, pouco importa que o dito milho seja um veneno potencial.
A bofia deveria era ter dado com força, reclamam os amantes desta ordem que temos...
As opiniões, e a manipulação das mesmas, vão-se sucedendo, veiculando o nojo e a repulsa de qeum nos quer mansinhos, acríticos, domesticados e formatados para o consumo sem questionar... Lá dizia a Natália Correia.
Eu não andei na ceifa da dito milharal. mas apaludo quem o fez. Contrariamente à opinião geral, não creio que tenha sido um acto irreflectido, irresponsável, sem sentido ou mesmo egoísta. Foi uma provocação à ideoliogia dominante, também ela destruidora, que os seus arautos não perdoam.