7.5.07

#1
[manipulação]

A notícia é do Público de hoje.
Não é bem uma notícia, mas sim uma crónica de costumes digna do final do século XIX, não fossem os automóveis a ocupar o lugar dos carros electricos.
Ainda assim, mais do que uma notícia ou de uma crónica neo Queiroziana, estamos perante um instrumento de propaganda que não fala toda a verdade.
Aqui se descreve o suposto segundo acidente no túnel do Marquês, dando-se nota do daquele que terá sido o primeiro.
No entanto, nenhum deles corresponde aquele que eu vi, dentro do túnel (no sentido de quem desce das amoreiras), no dia 30 de Abril, pelas 19h. A polícia estava lá, deve ter-se esquecido de registar...



Túnel do Marquês registou ontem o segundo acidente
07.05.2007

O recém-inaugurado túnel do Marquês, em Lisboa, registou no sábado o segundo acidente da sua curta história, com uma colisão entre dois ligeiros, junto à saída para a Avenida Fontes Pereira de Melo, que apenas provocou danos materiais.
Fonte da Divisão de Trânsito da Polícia de Segurança Pública de Lisboa adiantou à agência Lusa que a colisão, verificada entre duas viaturas ligeiras que circulavam entre as Amoreiras e a Fontes Pereira de Melo, ocorreu cerca das 21h00 de sábado, tendo provocado o corte da circulação por apenas alguns minutos.
A colisão registou-se junto à cabine de controlo da circulação do túnel, tendo os veículos envolvidos sido quase de imediato removidos para uma única das vias de circulação ali existentes.
Depois de registada a ocorrência e preenchida a Declaração Amigável entre os condutores, a Polícia Municipal ficou no local a aguardar a chegada dos reboques da assistência em viagem e a regular a circulação, sem que se tivessem registado quaisquer problemas.
A mesma fonte policial adiantou que o primeiro acidente da história do polémico túnel, inaugurado no passado dia 25 de Abril, foi uma colisão em cadeia entre três viaturas ligeiras, ocorrida na sexta-feira às 14h30, junto à saída para o Marquês de Pombal, e que também não provocou mais do que danos materiais nos automóveis envolvidos. Uma vez que a colisão se deu mesmo à saída do túnel, as viaturas foram retiradas para fora deste enquanto aguardavam a chegada da polícia para tomar conta da ocorrência.
O túnel, que ainda não tem aberta a saída para a Avenida António Augusto de Aguiar, possui uma extensão de 1725 metros, inclui três entradas e cinco saídas e tem um limite de velocidade de 50 quilómetros por hora. A inclinação da galeria tem sido criticada por diversos técnicos e autarcas da oposição.
No dia da inauguração, José Fernandes, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, chamou a atenção para a "inclinação muito grande do túnel, que acaba numa curva só com uma faixa".
Nesse mesmo dia, o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros garantiu que a obra recolhia todas as condições de segurança, depois de efectuada uma vistoria e melhoramentos. A polémica em torno do túnel, porém, iniciou-se ainda antes do início da sua construção. Em Janeiro de 2004, Sá Fernandes, por considerar que a obra era ilegal, interpôs uma providência cautelar pedindo a suspensão dos trabalhos, que foram interrompidos durante sete meses, na sequência dessa iniciativa.
Entre as alegadas irregularidades apontadas pelo autarca estava a ausência de um estudo de impacto ambiental e de tráfego, a inexistência de consulta pública do processo, a não audição do Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) e o arranque das obras sem que o projecto de execução estivesse concluído. A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, por seu lado, afirma que existem problemas de traçado, de sinalização e de segurança no túnel do Marquês.
Nenhum dos dois acidentes já registados teve origem na acentuada inclinação existente num dos troços da galeria. Em ambos os casos, as colisões verificaram-se nas saídas do túnel, sendo que a da Avenida Fontes Pereira de Melo é particularmente perigosa.