4.5.05

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[fare la portoghesa]

TAC "arrendado" foi objecto de inauguração em Macedo de Cavaleiros

A decisão de contratar um equipamento de TAC para o hospital de Macedo de Cavaleiros (a uma entidade privada) está a ser fortemente questionada por responsáveis autárquicos locais. No final do mês de Fevereiro, o ex-ministro da saúde, Luis Filipe Pereira, visitou o referido hospital transmontano, onde inaugurou uma Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais e um novo equipamento de TAC, supostamente adquirido para servir a população abrangida pelo Hospital de Macedo de Cavaleiros.
Segundo os deputados socialistas da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros, este aparelho foi contratado a uma empresa que presta serviços ao hospital desde o início do mês de Fevereiro. Esta empresa, o Instituto de Radiologia de Bragança, criada no Registo Comercial de Viana do Castelo, é detida por três sócios, um deles João Carlos Alves Costa. De acordo com o Semanário Transmontano, este médico, que se responsabilizou pela formação necessária à futura utilização do equipamento de TAC, tem ligações ao Hospital de Macedo de Cavaleiros e à entidade de Ressonância Magnética do Nordeste, sociedade bragantina também detida por Telmo Moreno, ex-presidente da distrital de Bragança do PSD.
Segundo o presidente da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros, Fernando Gomes, quem ganhará com este acordo será "o proprietário do aparelho, já que o hospital vai debitar o serviço e o utente é que terá de pagar".
Embora se desconheça as regras que regem este protocolo entre o Hospital de Macedo de Cavaleiros e a empresa privada em questão, quanto a valores e à duração de concessão do equipamento de TAC, está desde já instalada a controvérsia estre responsáveis autárquicos e de saúde locais,com base na legitimidade da contratação de um dispositivo de diagnóstico que poderia ser rentabilizado pelo próprio hospital.

In jornal Médico de Família, , 22-04-2005