6.12.04

#2
[intoletâncias]

Mario Pinto atira-se hoje, no público de hoje, aos comunistas que, em geral, se identificam com o Marxismo Leninismo, e ao PCP em particular.
A minha (de)formação à esquerda, aproxima-me perigosamente do marxismo, mas deixa-me a alguma distância do Leninismo e, sobretudo, do que dele foi feito por Estaline e companhia. Fico também a milhas dos PC's que herdaram a velhinha tradição moscovita e que dela ainda fazem bandeira, nomeadamente do partido que agora foi tomado por J. de Sousa.

Mario Pinto, um arauto do cristianismo mais retrogado e radical, um defensor do liberalismo conservador, perora, ao seu estilo de talibã do crussifixo, contra os crimes do comunismo, tentado, nessa linha argumentativa, pintar um ideal apenas com as cores negras com que o século XX, na maioria dos casos, o travestiu.
Se tivesse oportunidade, não deixaria de perguntar a Mário Pinto o que pensa da inquisição, das diversas cruzadas que a igreja católica dirigiu durante os seus dois milénios de história, ou sobre o apoio tácito que deu, no século XX, a Hitler e outros ditadores que tais, tão ou mais sanguinários como os carrascos de Moscovo ou Pequim. No fim de contas, foi tudo em nome de um ideal de justiça e igualdade. Parece-me que Mario Pinto apenas relativiza o que lhe dá jeito, porque, se aplicasse ao seu ideal a linha de argumentação que usa contra o comunismo, perderia a fé em menos de dois parágrafos....
Faz-me tanta impressão esse sentimento primário, básico e visceral, contra a esquerda em geral e contra @s comunistas em particular.