16.11.04

#1
[dez anos]

O tempo passou e dele fizemos o que as escolhas determinaram, a cada momento.
Nunca diria que, uma década depois, num século distante, a minha vida é o que é hoje. Apesar dessa ingenuidade, dessa inocencia que tinha, estou contente com os caminhos que fui fazendo, com a incerteza com que sempre fui lançando os dados, tirando as cartas do baralho ou movendo as peças do meu xadrês pessoal.
Para não se tornar fatal a melancolia deve ser servida em doses moderadas, e o arrependimento, que não mata mas pode moer, deve ter uma curta validade, ganhando, depois, natureza arquelógica.
Não deixo de recordar as pessoas que conheci, as pessoas que deixei, as que nunca mais vi, as que guardei e guardo, os lugares onde fui, as palavras lidas, as escritas... e as pessoas, as palavras, os sitios e as oportunidades que de mim partiram.
Recordo mas projecto-me sempre no futuro, como diz o poeta, o que interessa no que foi é o que vai ser.
A estrada segue. Há que continuar a faze-la com raiva, reanimamdoa paixão de perguntar.