1.5.04

#3

oh por favor... como podem dizer uma coisa destas??????
só falta acrescentar que a estação de metro da falagueira, construida ao pé da zona, também foi prevista nesta maquinação... e que as lagrimas do Sr. Joaquim Raposo, esse homem tão honesto, são cristalinas como as dos crocodilos.


Câmara da Amadora Projectou Urbanizar Terrenos da Bombardier
Por CATARINA SERRA LOPES, Publico, 01 de Maio de 2004

Os terrenos da Bombardier, indústria metalomecânica pesada, localizada na Venda Nova, no concelho da Amadora, que encerrou as instalações e despediu mais de 300 empregados no passado mês de Março, estarão destinados para a construção de uma urbanização desde Julho de 2002.

A acusação foi suscitada quinta-feira à noite na Assembleia Municipal da Amadora por elementos da plataforma de luta contra o prolongamento da Circular Regional Interior de Lisboa. De acordo com as declarações de membros desta força local, a Câmara da Amadora terá encomendado há dois anos um estudo de urbanização para a zona da Venda Nova e da Falagueira, no qual aparece o espaço actualmente ocupado pela Bombardier, sem a indústria mas com prédios de habitação no seu lugar.

O alegado estudo, da autoria do arquitecto Bruno Soares e com data de Julho de 2002, vem contrariar as declarações do primeiro-ministro, Durão Barroso, que ainda recentemente garantiu publicamente que os terrenos da Bombardier nunca deixariam de ser destinados à indústria e que não seria permitida qualquer alteração do Plano Director Municipal da Amadora. Na assembleia municipal, o presidente do município, o socialista Joaquim Raposo, foi confrontado sobre a existência do referido estudo de urbanização e as suas implicações.

Em tom de acusação, um dos elementos da plataforma levou a assistência a crer que a falência da Bombardier terá sido um processo pensado com anos de antecedência, "visto ser mais rentável construir habitação naquele terreno do que ter ali a fábrica a funcionar a construir comboios". Joaquim Raposo manteve-se, por seu lado, imperturbável, não respondendo às acusações feitas, nem prestando quaisquer explicações acerca deste assunto. Uma postura que manteve mesmo após a sessão da assembleia, escusando-se a comentar a questão.

Os responsáveis pela Bombardier, por seu lado, mostraram-se totalmente surpresos com a existência do alegado estudo de urbanização e afiançaram não ter conhecimento de qualquer projecto de urbanização para a zona. "O único conhecimento que existe é de um protocolo que a autarquia nos apresentou há uns anos e pelo qual pretendiam que cedêssemos uns terrenos da fábrica para construção de uns arruamentos", esclareceu uma fonte oficial da empresa contactada pelo PÚBLICO. "Mas não assinámos nem esse protocolo, nem nenhum. Aliás, a fábrica irá continuar em funcionamento com 100 trabalhadoras nestas mesmas instalações. Não estamos a pensar ceder o terreno seja para que fim for", rematou o porta-voz da Bombardier.